Bancárias e bancários encerraram a 18ª Conferência Nacional dos Bancários com a aprovação da minuta de reivindicações da categoria para a Campanha Nacional 2016. Os trabalhadores reivindicam reposição da inflação mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, mais contratações, combate às metas abusivas, às terceirizações e ao assédio moral. Além disso, a categoria se posiciona contra o governo Temer e contra o golpe, que ameaça direitos e o patrimônio do povo brasileiro.
Delegadas e delegados aprovaram, ainda, proposta relacionada à paridade de gênero, com orientação de representação feminina de 50% na próxima Conferência e linha de corte de 30%, além de um manifesto político em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra projetos e medidas do governo interino que atacam as conquistas sociais.
A Conferência Nacional foi realizada no hotel Holiday Inn, em São Paulo, entre os dias 29 e 31 de julho, e contou com a participação de 633 delegados, sendo 233 mulheres e 400 homens, além de 34 observadores e 51 convidados.
No primeiro dia de evento, foi realizado o 1º Seminário Nacional do Sistema Financeiro e Sociedade, com a presença de vários convidados, entre eles o ex-presidente Lula, a ex-ministra Tereza Campello e o filósofo Emir Sader. Já no segundo dia, os bancários puderam analisar os resultados da Consulta Nacional e a conjuntura econômica, além de realizar reuniões em grupos temáticos para debater as propostas para a pauta de reivindicações.
A minuta será entregue à Fenaban pelo Comando Nacional dos Bancários no dia 9 de agosto em São Paulo.
Moção de apoio
A plenária da Conferência Nacional aprovou, entre outras questões, uma moção de apoio ao Sindicato dos Bancários de BH e Região e à sua presidenta, Eliana Brasil, pelos ataques que vem sofrendo desde a eleição da atual diretoria.
Manifesto: Nenhum Direito a Menos!
Durante a Conferência, as centrais sindicais CUT, CTB, UGT, e Intersindical assinaram, conjuntamente, um manifesto contra o governo interino de Michel Temer e seu programa de retirada de direitos dos trabalhadores. O documento foi aprovado por unanimidade pelos delegados e delegadas da Conferência Nacional.
Mídia da Campanha
Também na manhã deste domingo, 31 de julho, o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Gerson Pereira, apresentou a mídia elaborada pelo coletivo de imprensa para a Campanha Nacional 2016.
Com o mote “Só a Luta te Garante”, a mídia busca conscientizar trabalhadoras e trabalhadores bancários, assim como toda a população, sobre a importância da mobilização. No atual momento brasileiro, com ameaças a direitos e conquistas sociais, os trabalhadores devem estar unidos para combater retrocessos e defender a democracia.
A mídia para a Campanha foi construída com a participação de representantes de sindicatos de todo o Brasil. O Sindicato esteve presente nas seis reuniões realizadas pela Contraf-CUT na sua sede em São Paulo.
Principais reivindicações aprovadas na conferência nacional
Reajuste salarial: 14,78% (que representa reposição da inflação mais 5% de aumento real)
PLR: 3 salários mais R$8.317,90
Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte: bancariosbh.org.br