CAIXA fecha 1º trimestre com lucro de R$ 838 mi mas corta 3.305 empregos em um ano

Os lucros e a rentabilidade dos bancos públicos e privados persistiram em patamares elevados, mas seu crescimento desacelerou no período recente, como sinal dos primeiros reflexos do desaquecimento da economia sobre o resultado dos bancos. Nesse contexto e em linha com os maiores bancos privados do Brasil, a CAIXA apresentou queda em seu balanço trimestral.  O lucro líquido do banco alcançou R$ 838 milhões nos primeiros três meses deste ano, um recuo de 45,9% em relação ao mesmo período de 2015.

Conforme análise da subseção do Dieese, na Contraf-CUT, o resultado negativo de R$ 4,92 bilhões relativos aos instrumentos financeiros derivativos influenciou a rubrica “Resultado de TVM e Instrumentos Financeiros Derivativos” que caiu 10,8% no período em análise, sendo o principal impacto no balanço da CAIXA. Tal movimento se deveu às grandes variações na taxa de câmbio ocorridas no período.

O banco registrou, ainda, aumento em alguns itens das despesas de intermediação financeira. As despesas de captação de recursos aumentaram R$ 1,1 bilhão ou 5,7%. Já o retorno sobre o Patrimônio Líquido ajustado (ROE), que mensura a rentabilidade dos bancos, foi de 10,27%, com queda de 3,45%.

As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 8,3% em doze meses e as despesas de pessoal subiram apenas 1,6% com impacto sobre o índice de cobertura de despesa de pessoal que se elevou 3,77%.

Corte de postos de trabalho

Na comparação do primeiro trimestre de 2016 com o mesmo período de 2015, a CAIXA fechou 3.305 postos de trabalho em um ano. Em boa parte, essa redução ocorreu em decorrência do Programa de Apoio à Aposentadoria implementado pelo banco. Foram abertas 6 agências nos últimos doze meses.

Carteira de Crédito

Diferentemente dos bancos privados, a Carteira de Crédito Ampliada da CAIXA apresentou crescimento acumulado de 9,2% em doze meses e atingiu, em março de 2016, o valor de R$ 684,16 bilhões. Os destaques foram a carteira de crédito imobiliário com R$ 384,2 bilhões, que representa cerca de 57% da carteira de crédito e tem baixa inadimplência, em torno de 2,33%.

Operações

Em 12 meses, o estoque de operações com pessoas físicas elevou-se 5,8% e chegou a R$ 103 bilhões e as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 95,12 bilhões, com leve alta de 0,1%. A carteira de Saneamento e Infraestrutura, pouco presente nos demais bancos, atingiu R$ 73,07 bilhões, com alta de 21,5 % em doze meses. A CAIXA manteve a estratégia de fortalecimento da carteira de agronegócio, com expansão de 36,2% em 12 meses e saldo de R$ 7,18 bilhões em março de 2016.

Inadimplência

O índice de Inadimplência superior a 90 dias cresceu 0,66% em doze meses, passando de  2,85% para 3,51%. A CAIXA reduziu as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD), de R$ 5,03 bilhões no primeiro trimestre de 2015 para R$ 3,81 bilhões nos três primeiros meses deste ano, com queda de 24,2%.

Fonte: bancariosbh.org.br