Wow Nutrition, dona da Sufresh, pede recuperação judicial para evitar falência

Wow Nutrition, dona de marcas como Sufresh, Feel Good e Soyos, entrou com pedido de recuperação judicial para evitar uma falência e garantir a continuidade das operações. O pedido contempla a renegociação de uma dívida de R$ 392 milhões.

Em comunicado, a empresa informou que o pedido de recuperação foi protocolado em Caçapava (SP) no último dia 14 de junho, após a Secretaria da Fazenda do Governo do Estado de São Paulo ter bloqueado no dia 1º de junho a emissão de notas fiscais, impedindo o funcionamento da empresa.

“Como sequência a esse bloqueio, não houve opção, senão pedir a Recuperação Judicial, de forma a prosseguir com as operações da Wow, mantendo os mercados abastecidos e preservando empregos diretos e indiretos em sua cadeia produtiva em São Paulo e em todo o Brasil”, informou.

Entre as razões para a elevação do endividamento e dificuldade para honrar os pagamentos, a empresa citou a queda das vendas de bebidas nos últimos dois anos. “No ano passado, a principal categoria para a empresa, composta pelos néctares de frutas, encolheu 27%”, destacou.

“A redução do volume de vendas, a elevação de custos causada por aumento de dólar e quebra de safras de frutas afetaram negativamente a geração de caixa da companhia. Esse cenário foi agravado pelo aumento expressivo da taxa de juros para patamares proibitivos, combinado ao ambiente restritivo de crédito”, acrescentou.

A companhia, com fábrica no interior de SP, atua nos mercados de bebidas, nas categorias de Sucos, Néctares, Chás, Soja e outras, no segmento Diet & Light nas categorias de Adoçantes, Achocolatados, Sobremesas e também em Nutrição Infantil.

Caso a Justiça aceite o pedido, a lei permite que empresas em recuperação judicial suspendam o pagamento a credores por 180 dias e, nesse período, suas dívidas não podem ser executadas.

Além das dívidas do pedido de recuperação, a empresa tem uma dívida tributária de R$ 89 milhões com o governo estadual. O valor corresponde a débitos declarados de ICMS, inscritos na dívida ativa. Na prática, segundo a secretaria, os consumidores estariam comprando os produtos com impostos, mas a empresa não estaria repassando os valores ao Estado.

Fonte: http://g1.globo.com/economia