De acordo com os resultados apresentados pela Funcef, o déficit da Fundação cresceu em R$ 4,7 bilhões, em 2017, atingindo todos os planos. Considerando anos anteriores e os valores incluídos nos planos de equacionamento, a Funcef apresenta um déficit acumulado de R$ 6,5 bilhões.
O valor só não é maior porque, no final do ano, a diretoria executiva aprovou dois planos de equacionamento, nos quais foram contabilizados R$ 10,6 bilhões.
Como explica a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus, esse dinheiro deixou de ser contabilizado como déficit e será cobrado dos participantes em contribuições extraordinárias.
Oportunidade perdida
A rentabilidade de três planos de equacionamento do REG/Replan Não Saldado foi, em média, de cerca de 5 pontos percentuais acima da meta atuarial, mas foi insuficiente para evitar o aumento do déficit. A elevada concentração de investimentos no segmento de renda fixa comprometeu a recuperação dos planos, que mantém nos títulos públicos R$ 6 de cada R$ 10 investidos.
Com a Taxa Selic em queda, a renda fixa foi o segmento de mais baixo desempenho, inferior inclusive à rentabilidade do CredPlan. “A Funcef está ganhando mais cobrando juros dos participantes do que com títulos públicos”, observa Fabiana Matheus.
Enquanto isso, os investimentos estruturados e a renda variável tiveram as maiores rentabilidades. No Novo Plano, por exemplo, cerca de 70% dos ativos estão em renda fixa, enquanto 20% dos investimentos estão na renda variável e apenas 2,7% estão nos estruturados, como os chamados Fundos de Investimento em Participações, os FIPs. No entanto, os estruturados apresentaram a maior rentabilidade de todas (36,53%), enquanto a renda variável obteve 21,19% e a renda fixa apenas 9,62%.
Fonte: bancariosbh.org.br