COE do Bradesco cobra manutenção do emprego em entrega de minuta específica ao banco

A defesa do emprego foi o ponto principal da reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco com os representantes do banco, que ocorreu na sede do Bradesco, na Cidade de Deus em São Paulo.

A pauta de reivindicações especificas dos funcionários foi aprovada no Encontro Nacional de Funcionários dos Bancos Privados com destaque na manutenção do emprego. Entre outras prioridades aprovadas pelos bancários destacam-se auxílio-educação, adiantamento de férias, plano de cargos e salários, remuneração total, segurança bancária, plano de saúde e seguro saúde, fim do assédio moral e metas abusivas.

O banco vem alegando que os desligamentos são de ordem natural, ou seja, de troca qualitativa ou relacionadas ao desempenho, pedidos de demissões e aposentadorias.

Demissões

No primeiro trimestre de 2016, o Bradesco teve lucro líquido ajustado de R$ 4,113 bilhões, equivalente a uma redução de 3,8% em relação ao mesmo período de 2015. Porém, mesmo fechando o início do ano com lucro bilionário, o banco manteve sua política de corte de postos de trabalho. Em apenas um ano, de março de 2015 a março de 2016, foram 3.581 empregos a menos no segundo maior banco privado do país. Somente de dezembro de 2015 a março deste ano, foram extintas 1.466 vagas de trabalho.

Também houve redução no número de agências. São 152 unidades a menos em março de 2016, na comparação com março de 2015.

Os trabalhadores reforçaram que a luta se intensificará para cobrar do Bradesco o seu compromisso social. Os representantes dos funcionários reivindicaram que, na próxima reunião, o banco apresente os números de contratações feitas em todo o país.

HSBC

Outro ponto abordado na reunião foi a aquisição de 100% do capital do HSBC Brasil pelo Bradesco. Em virtude da concretização desta compra, os representantes dos bancários afirmaram que vão ficar atentos à questão do emprego e aos direitos dos trabalhadores do HSBC. O Bradesco, mais uma vez, se esquivou nas respostas aos questionamentos.

Os trabalhadores deixaram clara a cobrança pela manutenção dos postos de trabalho no processo de aquisição do HSBC. A concordância do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a compra ocorreu nesta quarta-feira, 8, sem a determinação de salvaguardas relativas às relações trabalhistas.

O Bradesco também negou que esteja praticando qualquer tipo de reestruturação frente à futura incorporação do pessoal do HSBC, mas não mostrou dados estatísticos. O banco se esquivou ainda de falar sobre seus planos para o HSBC, alegando que a autorização é recente e que ainda não assumiu a rede.

Foi proposto pelos representantes dos trabalhadores que a próxima reunião para tratar deste assunto seja o mais breve possível, para que o banco apresente os números sobre a questão da compra que envolve a fusão. O próximo encontro ficou pré-agendado para o dia 22 de junho, data a confirmar.

Fonte: bancariosbh.org.br