Setores com lucros bem menores que os dos bancos pagam aumento real

Os bancos culparam a crise, na mesa de negociação, para justificar a pior proposta que apresentaram aos trabalhadores nos últimos anos: reajuste de 5,5%, muito abaixo da inflação do período. Porém, a Fenaban não mencionou que, mesmo com o baixo desempenho da economia brasileira, os bancos vão muito bem: os cinco maiores (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) alcançaram, juntos, resultado de R$ 36,3 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano, crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

Outros setores da economia, que estão longe de ter lucros tão altos quanto os dos bancos – e em alguns casos apresentaram prejuízos -, pagaram aumento real aos seus funcionários, como mostra balanço das campanhas salariais do primeiro semestre realizado pelo Dieese.

O comércio, por exemplo, que registrou quedas no faturamento e nas vendas no primeiro semestre do ano, fechou 76% de seus acordos com ganhos reais (acima da inflação) para os trabalhadores. No setor de serviços, que também sofreu perdas, os ganhos reais foram observados em 74% dos acordos. E a indústria, outra área com recuos no desempenho, fechou 61% das campanhas com reajustes acima da inflação nos primeiros seis meses do ano.

O Dieese considerou 302 unidades de negociação, privadas e estatais. Desse total, 69% resultaram em reajustes acima da inflação, 17% foram iguais à inflação do período e somente 15% foram abaixo.

Fonte: bancariosbh.org.br