DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Geraldo Magela S. Freire
Advogado da SILVA FREIRE ADVOGADOS

A Carta das Nações Unidas de 1945 foi o primeiro acordo internacional para afirmar o princípio da igualdade entre mulheres e homens, como um direito humano fundamental.

O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, objetiva fazer uma reflexão sobre o progresso realizado, clamar por mudança e justiça nas arenas sociais, políticas, econômicas e outras. O tema oficial da ONU para o Dia Internacional da Mulher de 2014 é “Igualdade para as mulheres é progresso para todos”, para um mundo seja mais justo e fraterno.

O Secretário Geral Ban Ki-moon salienta que as empresas lideradas por mulheres têm melhor desempenho. Os acordos de paz são mais duráveis. Os países com mais igualdade de gênero têm um melhor crescimento econômico. E os Parlamentos com muitas mulheres promulgam mais leis sobre questões sociais fundamentais, como saúde, educação, combate à discriminação e de apoio à criança.

A jornalista e escritora CHRISTIN OCKRENT diz que o poder ainda usa gravata, tece um telhado de vidro invisível que impede as mulheres de atingir os pontos mais altos da hierarquia e da remuneração, na escala social, sendo exceção a ascensão de uma Ângela Merkel ou de uma Michele Bachelet.

E salienta que continuam as violências domésticas em todo o mundo, físicas, coletivas ou individuais, econômicas, sociais, políticas, religiosas, psicológicas. E anota que houve imensas conquistas, mas que, ainda hoje, principalmente em ambientes de imigrados, os costumes desafiam a lei, porque, mesmo frequentando escolas francesas, “elas têm seu clitóris excisado, são obrigadas a usar véus, casadas à força, violentadas em suas escolhas mais íntimas”.

Acrescenta que, no coração da África, ainda existem as práticas mais degradantes, “entre os zulus, verificação pública da virgindade das meninas; no Kerala, queima ou imolação de mulheres que se tornaram
inúteis…”. (in O Livro Negro da Condição das Mulheres, ed. Difel, 2011,
p.17/8). Assim, a diversidade de costumes e culturas não pode ser feita
com o sacrifício dos direitos fundamentais. A lei tem que ser inserida no
tecido social e prevalecer sobre a cultura.

As pressões inumanas que as mulheres vêm sofrendo, ainda hoje, por imposição de uma sociedade machista, consumista e hedonista, de comercializar seu corpo, sua dignidade, seu tempo e sua mente, retirou-lhes o exercício prioritário, divino, de gerar vida, alterar a estatística do mundo e alicerçar um lar. “Oitenta por cento das mulheres na Europa conjugam atividades profissional e vida familiar… O trabalho em meio período continua a ser privilégio.” (Ib., pg. 720).

Como consequência disso, foram levadas – reconhece a escritora americana CAMILLE PAGLIA, “ao priorizarem o sucesso profissional, as mulheres da sua geração deram “de cara com a parede” e em breve verão que as felizes de verdade não são as ricas e bem sucedidas, mas as que, em vez de correr atrás do sucesso, se dedicaram a construir grandes famílias.” (Revista VEJA n. 2363 de 05/03/14).

A história registra como as mulheres foram obstinadas – e assim devem continuar, na conquista de seus direitos. As comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução russa de 1917 e um protesto contra a participação russa na Primeira Guerra Mundial, como anota Leon Trotsky sobre a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome e contra o “Czar” Nicolau II e “Todas foram para as ruas e a greve foi de massas”.

Promover as mulheres é a melhor garantia de um mundo mais justo e fraterno.

Esse dia é simbolizado pela entrega de uma rosa vermelha a cada uma delas.
08/03/14