Bancos encerram mais de 17 mil vagas

O sistema financeiro brasileiro fechou 17.711 postos de trabalho entre janeiro e novembro de 2017, segundo pesquisa divulgada Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), que faz o estudo em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

O saldo negativo foi 53,7% superior em relação ao mesmo período de 2016. A maior parte do resultado foi provocado por Planos de Aposentadoria e Desligamento Voluntários (PADVs), implementados notadamente pela Caixa Econômica Federal e pelo Bradesco em meados do ano passado.

São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro foram os estados mais impactados. Respectivamente, o registro de fechamento foi de 5.186, 2.965 e 1.969 vagas. Somente Paraíba apresentou saldo positivo (74 postos abertos) e Acre teve o saldo zerado. Os outros estados também tiveram saldo negativo.

A categoria “bancos múltiplos com carteira comercial”, que engloba instituições como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foi responsável pelo fechamento de 10.541 postos. A Caixa respondeu pelo corte de 6.878 postos, em função de novo PADV implantado em julho de 2017.

Para o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, “os bancos que estão fechando postos de trabalho prejudicam a categoria bancária, pioram o atendimento dos clientes e da população e não contribuem para o crescimento econômico e social do país com emprego e distribuição de renda”. Isso, segundo Ferreira, também funciona como um sinal vermelho para a classe trabalhadora, para que intensifique a luta contra as mazelas perpetradas pelas políticas neoliberais do governo ilegítimo de Michel Temer.

Afirma Jair Ferreira: “É urgente e necessário que o único banco 100% público do país reponha as vagas dos que estão saindo. Com a saída de mais de seis mil empregados e a falta de contratação, sobra um dia a dia de sobrecarga e adoecimentos nas unidades de todo o país, situação que tende a se agravar com as políticas do governo federal contra o patrimônio público. Vamos intensificar a luta contra o enxugamento da empresa”.

Fonte: apcefmg.org.br