Belo Horizonte, 06 de agosto de 2008
Reportagem com o Dr. Geraldo Magela Freire, exibida na Rede Globo, Jornal Bom dia Brasil
Já é possível fazer seguro de computador pessoal, de câmera fotográfica e até de roupas e acessórios. As opções são variadas e só este ano movimentaram R$ 5 bilhões em negócios. Mas os órgãos de defesa do consumidor recomendam precaução. Dependendo do valor, nem sempre a garantia vale a pena.
Há 15 dias, Felipe quebrou o punho na aula de educação física. Foi atendido em um hospital particular graças ao seguro de saúde, contratado assim que ele entrou na escola.
A mãe de Felipe diz que o valor nem fez diferença no bolso. “Já está incluso o seguro na matrícula. Valeu muito a pena”, conta.
O vendedor Claudyus Batista assegurou a principal ferramenta de trabalho: o notebook. São 12 prestações de R$ 21 por mês.
“Você tem uma parcela mensal baixa que não vai fazer tanta diferença na sua despesa mensal e que garante o patrimônio”, comenta o vendedor.
Com a variedade de opções, os seguros estão ficando populares e mais gente tem contratado o serviço. Neste ano, as principais vendas foram para quem busca tranqüilidade durante a viagem: perda de bagagens, atendimentos médico e odontológico.
Segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida, até maio o aumento foi de 36% em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas chegaram a R$ 7 milhões. Em uma corretora de seguros, a procura maior foi nas viagens para países do Mercosul.
“À medida que você vai passando a ter o foco nesse tipo de produto, a tendência é reduzir o valor contratado. Ou seja, aumentam as coberturas e reduz o custo, sendo mais acessível até para o próprio cliente”, explica o securitário Cyro Alves.
Mas Geraldo Magela Freire, presidente da comissão de defesa do consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), alerta: o consumidor deve ficar atento aos juros que podem estar embutidos no preço.
“Tem que, primeiro, saber se a seguradora é idônea e se ela tem tradição no mercado. Ele tem também que verificar se o percentual é condizente com a dívida que ele está assumindo”, alerta Geraldo Magela Freire.
É fundamental também ficar de olho no contrato. A estudante Bruna Villani deu sorte na hora que mais precisava. Na última viagem aos Estados Unidos, ela rompeu um tendão do joelho esquiando. Como tinha proteção para esportes radicais incluída no pacote, resolveu tudo sozinha.
“Você tem que ler realmente todas as instruções do seguro e saber pelo o que você está pagando. Longe de casa, tudo pode acontecer”, comenta a estudante.